Infraestrutura para telecom: #imaginanacopa já chegou!

A situação é comum: empresas investem milhões em patrocínios de eventos como grandes festivais de música, esportes, Copa do Mundo, ações de engajamento nas praias brasileiras durante o verão, ativações nas montanhas brasileiras durante o inverno, promoções em supermercados, shopping centers, feiras, pavilhões e outros centros comerciais e de lazer.

O governo e a iniciativa privada gastam com construções e reformas de estádios e aeroportos com capacidade para receber até centenas de milhares de pessoas e onde também se vende todo tipo de produtos e serviços, recebendo uma ampla gama de ações de marketing, como o hospitallity das novas arenas e as exclusividades dos camarotes oferecidos pelas marcas a clientes VIPs.

Outros montante dos mais altos é investido pelos tais patrocinadores e realizadores no engajamento e monitoramento de opinião pública nas redes sociais. Eventos são transmitidos e comentados ao mesmo tempo na internet, tendo suas hashtags como termômetro de impacto no Twitter, Instagram e Facebook, entre outras redes sociais.

Acontece que a cobertura 3G, precária até mesmo nas grandes cidades brasileiras, consegue atingir níveis ainda mais baixos de eficácia nestes mesmos estádios lotados, aeroportos, festivais de música e todo tipo de evento que abarca ativação de marcas, engajamento de públicos, propaganda digital, geolocalização. Exatamente onde empresas de tecnologia com propostas inovadoras poderiam oferecer uma ampla gama de produtos e serviços para otimizar a vida de quem compra e de quem vende.

E tem também o nervoso do usuário, que não consegue se comunicar, se localizar ou compartilhar o conteúdo de engajamento que os patrocinadores tanto querem por conta da má qualidade do serviço das operadoras de telefonia. Adicione a isso as plantas complexas e estacionamentos enormes por onde circulam, meio perdidas, pessoas com cada vez menos tempo para localização e locomoção, tendo a atenção disputada por apelos simultâneos como estandes de marcas, vitrines, letreiros, promoções, concierges.

Durante a Copa das Confederações, o congestionamentos nas redes 3G e 4G, gerou muitos problemas para os usuários e certamente diminuiu a interação digital das torcidas com o evento e as marcas presentes. Por mais que os 12 estádios do padrão FIFA tenham wi-fi gratuito já prometido para a Copa do Mundo, vale ressaltar que  o Brasil é maior, mais profundo e muito mais cheio de oportunidades de investimento e alcance de público do que isso.

A medida chega aos 45” do segundo tempo, acompanhada por burocracias e impedimentos técnico-administrativos que impedirão que estes torcedores utilizem, por exemplo, apps de geolocalização indoor já desenvolvidos para que os usuários aproveitem melhor as arenas, encontrem seu carro no estacionamento mais rápido, guiem-se com segurança pelo espaço interno das arenas. Novamente, os patrocinadores e fornecedores de serviço saem perdendo oportunidade de oferecer promoções em produtos e serviços, convites de visitação a estandes, entre outras ações de marketing e fidelização pela via mobile. (Agora estique essa realidade a todos os shopping centers, aeroportos, feiras e pavilhões do nosso dia-a-dia e mensure este gargalo em termos práticos).

Disse o jornalista Ethevaldo Siqueira em postagem no Facebook, no dia 13/12/2013: “Você sabia que o Brasil tem a gasolina, a energia elétrica e os serviços de telecomunicações mais tributados do mundo? Nenhum país cobra os absurdos 44% de tributos que o governo brasileiro cobra desses insumos essenciais da economia. Pergunte ao homem simples da rua se ele sabe quanto paga de imposto sobre seus serviços telefônicos – ou sobre os combustíveis ou sobre a energia elétrica”.

Enquanto isso, a Anatel obriga as operadoras a entregarem apenas 20% do sinal prometido aos clientes, conforme lembrou o sociólogo e professor Sergio Amadeu em artigo na revista Fórum.

Em entrevista recente ao Brasil Econômico, o diretor da Vivo, Leonardo Capdeville, ressalta a necessidade de uma nova onda de investimentos em telecomunicações. De acordo com a reportagem, o mercado japonês tem, em média, uma antena para cada 400 usuários. No Brasil, onde a tecnologia 2G deve terminar o ano com 70% de participação no mercado de telefonia celular, a proporção é de uma antena para cada 10 mil usuários, em média.

O potencial de crescimento é grande, mas a latência não está muito atrás. Onde é que o Brasil fica?

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